Os sintomas iniciais do câncer de intestino delgado podem ser inespecíficos e, por conta disso, muitas pessoas demoram a procurar um especialista.
Esses sintomas dependem fundamentalmente do tipo e da localização do tumor.
Em fases mais avançadas da doença, a perda de peso, dor no peito, tosse e sangramento podem ocorrer. Mas, em geral, os sinais são estes:
Anemia
Vômito e náusea
Colúria (urina escura, como Coca-Cola)
Fadiga
Perda de apetite
Icterícia (amarelão)
Sangramento digestivo
Distensão abdominal não usual
Perda de peso
Dor abdominal
FATORES DE RISCO
Algumas questões aumentam o risco de desenvolver câncer, mas isso não quer dizer que necessariamente a pessoa vai ter câncer de intestino delgado.
Idade: a maior parte dos casos ocorre após os 60 anos de idade
Doenças inflamatórias do trato digestivo (Doença Celíaca e Doença de Crohn): a inflamação crônica associada a elas aumenta o risco da doença
Síndromes genéticas: algumas síndromes hereditárias de predisposição ao câncer, como a Síndrome de Lynch, a Polipose Adenomatosa Familial, a Síndrome de Peutz-Jeghers e a Síndrome de Polipose associada ao MUTYH estão ligadas a um maior risco de desenvolver o Adenocarcinoma de intestino delgado
Álcool: o consumo excessivo também integra a lista de fatores de risco
Obesidade: o excesso de peso pode aumentar o risco da doença
Para lesões mais proximais, como as que ocorrem no duodeno, a endoscopia digestiva alta é uma ferramenta fundamental. Nesse procedimento, uma câmera acoplada a um tubo flexível é introduzida pela boca e permite visualizar a lesão e retirar amostras para biópsia.
Em outras localizações, o exame de imagem do abdome traz mais informações.
Frequentemente, é necessário complementar a investigação com exames mais sofisticados, como uma tomografia computadorizada ou uma ressonância magnética.
Em casos mais desafiadores, pode ser necessária a realização de outros tipos de exames, como cápsula endoscópica e a cintilografia por emissão de pósitrons (PET-CT).
ESTADIAMENTO
O estadiamento é uma forma de classificar a extensão do tumor e se, ou quanto, ele afetou os gânglios linfáticos ou outros órgãos.
Para isso, é usada uma combinação de letras e números: T de tumor, N, de nódulos (ou gânglios linfáticos) e M de metástase e números que vão de 0 (sem tumor, gânglios afetados ou metástase) a 4, esse último indicando maior acometimento.
O objetivo do tratamento com intuito curativo do câncer de intestino delgado é a ressecção completa do tumor por meio da cirurgia.
Para pacientes não candidatos ao procedimento cirúrgico, a combinação de quimioterapia e radioterapia (especialmente para aqueles com tumores localizados no duodeno) ou quimioterapia isoladamente podem ser utilizadas.
CIRURGIA
Para pacientes com tumores precoces, o tratamento cirúrgico é considerado a estratégia mais adequada.
No A.C.Camargo Cancer Center, esse procedimento pode ser feito por cirurgia robótica, que é mais precisa e permite que o paciente se recupere e tenha alta em menos tempo, por laparoscopia ou ainda por cirurgia convencional aberta.
Se o estômago todo precisar ser removido, durante a cirurgia é feita uma conexão do esôfago com o intestino delgado, para que o paciente possa se alimentar.
Para se adaptar a essa nova situação, o principal é fracionar a alimentação em várias vezes e pequenas quantidades de cada vez. Também pode ser necessário ingerir suplementos de vitaminas.
QUIMIOTERAPIA E TERAPIA-ALVO
Para aqueles pacientes com tumores do tipo Adenocarcinoma, quando os tumores envolvem os gânglios próximos à parede do
intestino delgado, o tratamento adjuvante (pós-operatório) com quimioterapia deve ser considerado.
Para pacientes com tumores neuroendócrinos, após a cirurgia, em geral não é feita nenhuma forma de tratamento complementar.
No caso de tumores mais avançados, com metástases, o tratamento, tanto do Adenocarcinoma quanto para os tumores neuroendócrinos, é sistêmico.
No caso do Adenocarcinoma, a base do tratamento é a quimioterapia, enquanto nos casos de tumores neuroendócrinos, podem ser utilizadas bloqueadores hormonais (análogos de somatostatina), medicações via oral (como o Everolimo), além de quimioterapia em casos selecionados.