O tumor desmoide não costuma apresentar sintomas. Quando isso acontece, o mais comum é a dor.
FATORES DE RISCO
Vale lembrar que fatores de risco aumentam a possibilidade de desenvolver câncer, mas não querem dizer que a pessoa exposta a esses fatores vai obrigatoriamente ter câncer.
Polipose Adenomatosa Familiar (FAP): o tumor desmoide é uma doença que frequentemente está associada à polipose adenomatosa familiar, uma doença genética, caracterizada por vários pólipos no intestino e que em geral resulta em câncer do intestino grosso. Por isso, portadores de tumor desmoide devem ser submetidos à colonoscopia, principalmente em casos nos quais a doença está localizada no retroperitônio.
Sexo: o tumor desmoide é mais comum em mulheres no pós-parto e a incidência é duas vezes maior em mulheres do que em homens.
Idade: esse tipo de tumor é mais comum na faixa dos 10 aos 40 anos, mas pode acometer crianças mais novas e pessoas de mais idade.
Muitas vezes esse tumor pode ser detectado em exame clínico, por meio de apalpação. A suspeita pode ser confirmada através de exames por imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética, que também são usadas no acompanhamento do tratamento. Como muitos desses pacientes podem ter polipose adenomatosa familial e síndrome de Gardner, um transtorno genético caracterizado pela presença de múltiplos pólipos intestinais e de tumores fora do cólon, uma colonoscopia também pode fazer parte da lista de exames.
O diagnóstico definitivo é dado pela biópsia, que pode ser biópsia por aspiração por agulha fina (BAAF).
As principais formas de tratamento são: cirurgia, radioterapia, inibidor hormonal, anti-inflamatórios não hormonais e até mesmo quimioterapia.
O primeiro passo antes de tratar esse tumor é traçar seu perfil biológico, ou seja, fazer um estudo de imuno-histoquímica para ver a expressão de estrógeno receptor de progesterona do gene cKIT e também de beta-catenina. Dependendo desse resultado, alguns medicamentos podem ser usados com bom resultado. A cirurgia, que no passado foi largamente empregada, hoje ainda tem um papel importante, mas precisa ser usada criteriosamente.
O primeiro passo antes de operar o paciente com fibromatose agressiva é definir se a doença é de localização favorável ou desfavorável. Localização favorável é aquela em que o tumor pode ser removido com ampla margem de segurança, ou seja, retirando-se no mínimo 2 cm a 3 cm de tecido saudável em torno dele. Isso é importante porque recentemente demonstrou-se que todas as vezes que o tumor é retirado sem essa margem (muito próximo a ele), a cirurgia estimula seu crescimento, ou seja, sua recidiva.
Infelizmente, boa parte desses tumores são de localização desfavorável. Assim, nem sempre a cirurgia é a melhor forma de tratamento. Daí a importância do perfil biológico e de estudar as outras modalidades terapêuticas.
Trabalhos recentes têm mostrado boas respostas à radioterapia com taxas de sucesso de até 50%. Nesses casos, é importante saber que o resultado da radioterapia não deve ser avaliado logo após o tratamento, e sim de 3 a 6 meses após o término desta.