Bexiga

De acordo com as estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 9.480 brasileiros vão receber diagnóstico de câncer de bexiga em 2018, sendo 6.690 homens e 2.790 mulheres. O câncer da bexiga, chamado carcinoma urotelial, geralmente tem início na camada superficial do revestimento interno do órgão e pode se disseminar pela parede da bexiga, pelos gânglios linfáticos ou pelo sangue.

Sangue na urina é o sintoma mais comum e visível, mas nem sempre é possível perceber o sangue na urina a olho nu. Além disso, a presença de sangue na urina pode indicar outras doenças, como pedras nos rins e na bexiga e infecção urinária. Mudanças nos hábitos de urinar. Dor ao urinar. Necessidade frequente de urinar. Vale lembrar que esses sintomas são comuns a outras doenças e indicam que um urologista deve ser consultado.

FATORES DE RISCO

Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver câncer, mas isso não significa que você vai ter câncer de bexiga. Fumo: O fumo é o principal fator de risco para o câncer de bexiga e a possibilidade de um fumante ter câncer de bexiga é de duas a três vezes maior que o de um não fumante. As substâncias presentes no fumo são absorvidas pelo sangue, que é filtrado nos rins, e coletadas na urina. Sexo: o câncer de bexiga é mais comum em homens. Idade: o risco de ter câncer de bexiga aumenta com a idade e costuma atingir pessoas acima dos 40 anos.
O câncer de bexiga pode ser diagnosticado através de exames por imagem como ultrassom, tomografia e ressonância magnética. Eles podem mostrar alterações suspeitas que vão ser confirmadas ou não por uma cistoscopia, que é um tipo de endoscopia que permite visualizar o interior da bexiga por meio de uma câmera introduzida pela uretra. Nesse procedimento também extrai-se uma amostra de tecido que é encaminhada para uma biópsia. Outro exame que pode ajudar no diagnóstico é a citologia oncótica urinária, que busca células cancerosas numa amostra de urina.

ESTADIAMENTO

O estadiamento é uma forma de classificar a extensão do tumor, se ou quanto ele afetou os gânglios linfáticos ou outros órgãos. Para isso é usada uma combinação de letras e números: T de tumor, N, de nódulos (ou gânglios linfáticos) e M de metástase, e números que vão de 0 (sem tumor, ou sem gânglios afetados ou sem metástase) a 4, este último indicando maior acometimento.
A cirurgia é a principal forma de tratamento do câncer de bexiga e pode envolver a remoção de tumores por meio de cistoscopia, que os médicos chamam de ressecção transuretral de bexiga, ou a retirada completa da bexiga, a cistectomia radical, dependendo da extensão da doença. Quando o tumor é invasivo, sua remoção pode ser feita por cirurgia robótica, que é mais precisa e reduz o tempo de recuperação do paciente, acelerando a alta hospitalar. Após e retirada dos tumores por cistoscopia, pode-se injetar a vacina BCG dentro da bexiga, que funciona como imunoterapia. A quimioterapia tem papel importante no tratamento do câncer de bexiga, tanto antes como depois da cirurgia. Pacientes cujos tumores invadiram o músculo da bexiga podem se beneficiar da terapia neoadjuvante, isto é, realizada antes do ato cirúrgico e que reduz o tamanho dos tumores. A quimioterapia também é indicada para casos em que há alto risco de metástase e para pacientes em que o tumor se espalhou para gânglios linfáticos, pulmões, fígado ou outros órgãos. No câncer de bexiga, a radioterapia é usada como paliativo.

REABILITAÇÃO

Pacientes que tiveram de remover a bexiga precisam passar por uma cirurgia reconstrutora para que possam urinar, esse procedimento é feito já na cirurgia de remoção do órgão. Há três formas de realizá-lo: a primeira delas usa parte do íleo (intestino delgado) para fazer uma nova bexiga, que é mais efetivo em homens, proporcionando bom controle durante o dia, embora 20% dos pacientes tenham incontinência à noite. Mulheres que fazem essa cirurgia muitas vezes precisam de um cateter para eliminar a urina. A segunda opção é usar também o íleo para fazer um tubo que conecta os ureteres, os canais que levam a urina produzida nos rins para a bexiga, à pele do umbigo. A urina será coletada numa bolsa de urostomia. A última opção, usada com menos frequência, cria uma bolsa interna conectada ao umbigo, que precisa ser esvaziada pelo paciente com cateter a cada três ou quatro horas.